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Colunistas  Margareth Libardi

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Mercado de trabalho

Detalhes sobre o colunista

Data: 19/09/2011

Título: Aproveite as suas experiências

Eu, com todas as minhas atividades profissionais, viro cobaia para colocar meus clientes no caminho do sucesso. Uma dose de loucura é necessária para se fazer isso. Além de jornalista, publicitária e atriz, ainda sou considerada modelo pelo Sindicato dos Artistas, que renovou este ano o meu DRT de modelo. Acho isso engraçado, mas aceitei a tal condição e volto a dizer que sou modelo e não 'ex-modelo' como até meses atrás eu dizia.

Já que sou modelo, acabo fazendo trabalhos nessa área, seja como convidada ou buscando oportunidades. Cadastrada num site que divulga muitas oportunidades de trabalho - boas, médias e muito ruins - para atrizes e modelos, enviei uma mensagem de interesse por um casting para uma feira de beleza em que os modelos poderiam apresentar-se com penteado apenas, com coloração ou com corte. Dava para escolher. Eu escolhi para penteado, visto que sou atriz e não devo ficar mudando de aparência a todo momento e minha imagem ao vivo deve corresponder à que está na foto que o cliente escolhe. Minha foto foi selecionada e aprovada para eu participar do teste. Confesso que passei uns dias em dúvida, se ia ou não. Precisavam de 250 modelos para a feira. Imaginei que poderia ter mais de 1000 mulheres competindo pelas vagas. Na minha posição profissional, desconfiei de que não me sentiria muito à vontade ao chegar num teste superconcorrido como esse. Não é nada glamoroso entrar numa fila quilométrica para competir por um trabalho que nem oferece uma remuneração tão maravilhosa. Chegou o dia D e, na dúvida, acabei indo. No mínimo, a experiência renderia uma boa matéria jornalística. O cachê não era dos melhores, mas se não desse certo eu aproveitaria para escrever sobre o assunto. Na Alameda Santos, paro meu carro num estacionamento caro. R$20,00 por 3 horas. Lá se vai parte do cachê, pensei. Na entrada do prédio, muitos modelos (mulheres e homens), além dos executivos de terno que estavam aproveitando a hora do almoço e por ali transitavam. Um contraste perfeito. Cada vez chegavam mais modelos ao local do teste. A agência que me convidou não tinha nenhum representante lá, nenhum booker. Senti-me só, sem amparo. Centenas de pessoas, amontoando-se em torno da sala de casting, que possuía várias cadeiras. Uma hora depois, começa a seleção, objetiva, porém cruel.

Os representantes do conceituado salão de beleza estavam num palco. Primeiro, chamaram para perto deles os modelos masculinos. Olharam todos, analisaram sua aparência, depois - detalhadamente - seus cabelos. O hair stylist responsável chegava a passar o pente nos cabelos dos rapazes para ver textura dos fios, saúde dos cabelos, o corte atual, o tipo de cabelo, tudo. Em seguida, já dispensaram alguns e mandaram para uma sala os que foram selecionados. Destes, pegaram nome, telefone e agência, marcando as informações num quadro pendurado perto do palco. Achei essa parte bem organizada, mas a frieza ao rejeitar os que estavam fora do perfil é de certa forma desumana. Chegou a vez das garotas que se propunham a participar da apresentação de penteado. Exigiram - na hora - que só se apresentassem as que tinham mais de 1,70m, descalças. Não seria considerado o tamanho do salto do sapato. Acabou ali a minha graça. Tenho quase 1,70m, mas não dava muito para competir com as meninas de 1,73m, 1,75m e as mais altas ainda. O rigor nas medidas era grande. Fui lá para esse 'cargo' e senti que havia jogado meu tempo fora, então decidi entrar na fila, com uma total falta de vergonha. Olharam pra mim, dispensaram-me, mas pediram que eu voltasse na segunda chamada sem explicar muito bem para que seria. As meninas selecionadas foram para uma sala e depois ficaram fechadas na sala de casting para mostrar aos clientes como desfilavam. As que foram dispensadas e aguardavam a segunda chamada - como eu - ficaram esperando, esperando, esperando.... com fome, fui a um restaurante.

Depois de um bom tempo, pediram que se apresentassem somente as modelos que se propunham a cortar o cabelo curtíssimo, além de receber coloração. Escondi-me no fundo da sala e comecei a conversar com outras garotas. Algumas foram competir para os cabelos curtos, outras ficaram com medo. Esse é um trabalho interessante para quem tem liberdade de cortar os cabelos, que não é o caso das modelos profissionais nem das atrizes. O processo de seleção foi parecido com o dos rapazes. Depois, chamaram as que se propunham a cortar o cabelo médio. Fiquei com medo, ganhei coragem e lá fui eu. Expliquei pro hair stylist que sou atriz e não posso mudar radicalmente o cabelo e ainda mostrei-lhe meu book. Ele me aprovou e disse que então eu seria contratada para corte de cabelo longo. Que medo de cortar o cabelo! E que felicidade por ter sido aprovada no meio de tantas meninas bem mais jovens que eu! Um mix de sentimentos. Fui para a tal salinha reservada, preenchi uma ficha, assinei e fui embora. Disseram que a tal agência que me chamou - que eu nunca ouvi falar antes no nome dela - entraria em contato para marcar comigo o dia do trabalho. Dias se passaram e a 'ficha foi caindo'. Cheguei a sonhar que tosaram meus cabelos, o que dificultaria minha conquista em trabalhos de atriz. Não me ligaram logo. Aproveitei esse tempo para criar o argumento de que outros trabalhos entraram e eu não podia ficar esperando tanto tempo sem ter certeza de nada. Acho que o universo conspirava a meu favor, pois já não queria cortar meus cabelos radicalmente. Não fiz o trabalho, mas ganhei assunto para escrever o primeiro texto como colunista no site da renomada personal stylist e querida Titta Aguiar, de quem sou assessora de marketing.

No dia 11 de setembro, eu estava no evento da conceituada empresa Alfaparf, ligado à Beauty Fair, como jornalista credenciada, assistindo ao show de alguns dos melhores hair stylists do mercado nacional e internacional. Na condição de VIP, lembrava naquele momento que era para ter ido como modelo da maravilhosa Alfaparf e acabei como jornalista, com muita dignidade e tratamento especial, participando do jantar de gala em alto estilo. Resumindo, sempre há uma forma de aproveitarmos positivamente as nossas experiências.

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